segunda-feira, abril 30, 2007

Maravilhosa Graça


A segunda maneira pela qual a revolução de Jesus me afeta centraliza-se em como devemos olhar para as pessoas "diferentes". O exemplo de Jesus me convence hoje porque sinto uma guinada sutil na direção inversa. Conforme a sociedade se desenvolve e a imoralidade aumenta, ouço alguns cristãos clamando que precisamos demonstrar menos misericordia e masi moralidade, clamores que retrocedem ao estilo do Antigo Testamento.
Uma frase utilizada por Pedro ePaulo tornou-se uma de minhasimagens preferidas no Novo Testamento. Temos de administra, ou "ser dispenseiros" da graça de Deus, dizem os dois apóstolos. A imagem traz a mente um dos antiquados "vaporizadores" que as mulheres usavam antes de se aperfeiçoar a tecnologia dos sprays. Apertava-se uma bomba de borracha e gotículas de perfume saíam dos buraquinhos na outra ponta. Algumas gotas bastavam para o corpo inteiro; alguns apertões bastavam para mudar a atmosfera de um quarto. Creio que é assim que a graça deve operar. Ela não converte o mundo inteiro ou toda uma sociedade, mas enriquece a atmosfera.
Agora receio que a imagem prevalecente dos cristãos tenha mudado de um vaporizador de perfume para diferentes aparelhos de sprays: o tipo utilizado para exterminar insetos. Ali está uma barata! Bombeia spray, bombeia, spray. Olha ali um foco do mal! Bombeia, spray, Bombeia spray. Alguns cristãos que conheço assumiriam a tarefa de "detetizadores morais" para a sociedade infestada pelo mal que os rodeia.
Sinto profunda preocupação com a nossa sociedade. Estou tocado, entretanto, pelo poder alternativo da misericórdia demonstrada por Jesus, que veio para os doentes e não para os sãos, para os pecadores e não para os justos. Jesus nunca aprovou o mal, mas estava pronto a perdoá-lo. De alguma forma, Ele ganhou a reputação de ser amigo dos pecadores, uma reputação que seus discipulos correm o risco de perder. Como diz Dorothy Day: "Eu realmente só amo a Deus na proporção em que amo a pessoa que menos amo.

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